terça-feira, 11 de março de 2008

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Finalmente, depois de muito tempo, consegui ferir alguém fora do meu âmbito ilusório. Nada que um perverso possa dar conta.
Finalmente, quando o objeto de estudo estava tentando correr com os seus próprios tentáculos, segurei seus braços e puxei-os para mim. Abalo sísmico total. Era só uma maldita prova de inglês, o que eu poderia fazer? Talvez tudo o que eu poderia. E fiz.
Dois pares de olhares no mesmo sentido fez o objeto corredor enxergar. Olhou para baixo com um riso disfarçado. Não gostou nada. Eu não senti culpa. Esta caminhou no ritmo da perversão e eu me recriei.
Soltei uma risada. Os pés se juntaram e de nada fizeram caso. Não havia vento, nem precisava tê-lo. Um simples sorriso vez valer a falta de vento e de sol. Umas risadas duplas para quem estava entendendo a situação e fim.
Na última viagem à campo, eu queria estar só. Fui obrigado a aguentar gritos e sussuros presos em meus ouvidos: "O que você fez? Matou? Retirou as tripas daquele desgraçado?" A última viagem à mata será recheada de surpresas dolorosas.
Não precisarei esperar mais nada do futuro. Posso perverter-me agora e gerar para todo o mundo. E foi somente uma mera prova de inglês. Eu poderia fazer tudo, menos magoar a principal pessoa a qual eu não poderia mover um trinco. Eu saberia que a distância nos afetaria. Não poderíamos acompanhar nossas transformações.
Como um perverso duela com um objeto fálico? Os tentáculos bem que tentaram. E, no meio de uma rodela, não houve escapatória.
-Você não me interessa mais.
-Do que você está falando?
-Preferiu correr, então esqueça.
-Esquecer o quê?
-Que eu existo.
-Está louco.
-Não quero mais ter amigos, isso não me interessa mais.
Olhou para baixo e soltou uma risadinha. A última. A primeira.

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