domingo, 15 de novembro de 2009

Resignificando o Objeto Profundo

Uma merda. Vai acontecer outra vez. Uma merda! Bem depois de três anos sem sentir algo parecido, cambaleando entre sentimentos superficiais, vêm-me outra vez o nascimento do sentimento profundo. Infelizmente, é o mesmo dos anteriores, mas dirigido para objetos diferentes. O padrão do objeto é literalmente fiel a todos os outros, desde os meus seis anos de idade. O padrão do sentimento também, como já escrito, é o mesmo; contudo, esse padrão mudou em 2002. O de hoje é o mesmo de 2002 e isso me preocupa, porque vai ficar nas mesmas entrelinhas, objetando que ou eu preciso fornecer um upgrade em cima do padrão do sentimento, ou já saberei constatar o fim dos acontecimentos.
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Sim. Ontem terminamos a reunião do grupo de sábado. Tudo começa sempre com uma admiração da forma, mas não é só isso. Talvez haja um conteúdo na expressão, na forma de se dizer as coisas, ou mesmo na forma de dominação. Lembro-me, na mesma tarde, de ter visto ser mãe e ao mesmo tempo um macho dominador! Os elementos da forma, e as expressões associadas a uma dominação, que é essencialmente o que me foi esquecido, levam-me a uma admiração do objeto feminino e a uma inveja do objeto masculino. Mas, é necessário o elemento essencial. Da admiração, posso afirmar que é o primeiro caminho, mas existe o segundo passo: uma porta.
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Eis o elemento mais perigoso, uma vez que eu costumo idealizá-lo e caio sempre numa ilusão infantil. É esse elemento que dá forma ao que estou acostumado a sentir nesses eventos profundos. Uma porta pode ser qualquer coisa, desde a aceitação por vistas encontradas ou desencontradas, aceitação pela palavra (o caso de ontem) ou aceitação por contato (também caso de ontem). Desde 2002 há sempre uma mescla do toque, do abraço e da palavra. A partir da aceitação advém a amizade com o objeto e as ilusões que se provocam a partir dos processos de aceitação.
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Senhores, acredito que suas visões são mais acuradas que as minhas. Meu único desafio aqui é entender o motivo dos padrões. Eles parecem sim quererem dizer algo, inferir possíveis informações acerca de nossas vidas, àquilo que não aprendemos ainda a enxergar. Meu padrão principal é: o outro. As visões do outro, as interpretações deste e seus comportamentos perante minhas reações. Nada é tão mais claro quando penetro nas regiões do sentimento profundo. Sem ele não dá. Com ele não se suporta. O meio termo gera o vazio que os senhores já bem presenciaram em quase todos os textos anteriores, casos tão confusos quanto o próprio vazio. Não é uma maluquice inversa, mas que a busca da identidade gerou abismos que precisam ser preenchidos com nata e açúcar.
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Identidade. O acontecimento de ontem me faz pensar muito sobre suas conseqüências. Flexibilidade do espírito.: V1 – “Cara, tu sabe falar inglês, que eu sei”; O – “Fala qualquer coisa aí”; V1 – “Cara, tu sabe, não sabe?”; M – “More-less”; “Berros”; O – “Meu irmão, sou tua fã, cara... Já sei com quem vou me escalar”; V1 – “Ei, fala alguma coisa aí com minha irmã, vai!” M – “Eu acho que vou pegar esse caminho daqui da esquerda”; “Berros”; Abraço 1, abraço 2... O – “Meu irmão, vai abraçar todo o mundo menos eu!?”; M – “Calma, eu vou aí”; Abraço 3; M – “Pronto”; Abraço O.
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Cenário nada confuso que exigiria um fundo com Panis et Circensis. E senta no meio-fio com a pretensão de segurar a cabeça, porque não está entendendo nada. Vê-se no meio de um jogo de pega-pega imaginando agarrar aquele outro coleguinha que está escondido sabe-se aonde. Volta ao meio fio e assiste a saída dos novos amigos. Os abraços nunca serão suficientes quando as imagens ficam escuras a cada passo.
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V1 – “Esse daqui é o melhor amendoim!”; M – “Tá bom. Eu compro”; “Berros”; M – “Como é que eu abro essa merda!?”; O – “Eu abro, eu abro!” E abriu.
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M – “É melhor procurar o pessoal naquele mercadinho. Acho que tá todo mundo por lá”; O – “Ô!”; (...) M – “Te deixaram sozinha... fudeu!”; O – “Não fale palavrão não!”; “Tapa”; O – “Ah, olha o pessoal lá na esquina!”; M – “Ah, beleza. Então eu vou pegar o outro caminho”; Meia volta, primeiro volver; O – “E você não vai me deixar aqui sozinha não!”
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Ana, você fez uma nova pintura que eu vi. Mas, você faz muita coisa. Sei que é o estresse que lhe leva à pintura, mas porque não poderemos mostrar essa beleza de tela para outrem? Você é uma pessoa confusa, Ana, que foge das coisas e pessoas por meio do seu sorriso de tudo. Você se estressa mesmo? Essa pintura significa um rosto assustado ou um homem descansando sua cabeça sobre seu pen-drive e sua mesa desarrumada? Ana, obrigado pela água, agora vamos embora que temos muito a fazer hoje à noite.
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A comida demorou muito a chegar. O, não reclame mais, trabalhamos muito a tarde. Agora eu queria ver um filme. Continua reclamando! Seu irmão ainda está devorando aquele amendoim que eu comprei para todos. Você não está realizando o que deseja? Como assim? Parece uma pessoa tão feliz! Mas, eu bem que sei que o seu agito só transparece... eu bem vejo que seu olhar é sempre baixo. Sugiro que não ande por esse caminho, está muito perigoso às sete horas? Por que você não vai ao cinema, distrair-se um pouco? Sabemos que é muito trabalho para uma pessoa só, mas não precisa se isolar do mundo pra se matar no trabalho e depois reclamar de sua vida pessoal, isso não faz sentido. Você trabalha mesmo ou só finge!?
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Eu vou pegar para a esquerda, mas queria muito saber o que acontece se eu pegar a direita. Ah, mas já vai embora? Deixe primeiro eu abraçar todo o mundo. Mas, você não vai me abraçar primeiro? Eu bem que queria, my dear, mas eu racionalizo ao ponto de deixar você por último para só te testar e, ainda bem que você reclamou, senão eu ia ficar mais triste. Como assim? Eu reclamo de tudo ou quando algo escapa das minhas pretensões. Bom saber. Agora sim, eu lhe abraço. See you. See ya too.
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Mas, só isso!? E o que você queria? Algo mais demorado, embora eu tivesse saído satisfeito. Só que estava perigoso, eu vi. Tudo escuro, um cara perdido no ponto, e uns drogados no parapeito da outra esquina. Eu só fiz caminhar perto do meu irmão conversando as mesmas coisas que você sabe. Eu andei um tanto preocupado com um possível assalto, mas nada demais... nem eu estava mais ali, o que me garante que seria abordado?
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Ana, vou escrever uma música sobre você. Tentarei me esconder onde seu sorriso brota. Antes, dê-me outro abraço e aconselho um maior cuidado com as crianças e as que virão a nascer nos próximos meses. Só vou mesmo após lavar todos os pratos sujos e as janelas do seu quarto. Mas, Ana, não se pode viver tão sozinha assim. Eu sei que você não se estressa, porque você não aceita nada de ninguém. Está cansada, eu sei, precisa se lavar e dormir o mais rápido possível e, já lhe disse, só vou quando deixar essas coisas prontas. Em troca, quero que você me ponha em algum quadro seu, acho que já mereço uma homenagem. Querida, você sofre ao dormir. Agora me vou e espero que você esteja melhor quando eu voltar.
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Ele voltou outra vez sozinho para casa. Algo devia mesmo ter mudado, tanto para si quanto para os outros que conviveram juntos naquela tarde e começo de noite. Cada vez mais distante de suas pretensões acadêmicas que o levou a essa cidade, desgosta o caminho que está trilhando agora e percebe-se como inevitável. Sim, isso deveria mesmo acontecer! Estava em todos os outdoors e agora não se pode voltar atrás para viver as mesmas coisas em seu tempo certo.
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E você, será que vai voltar a me abraçar outra vez, amigo distante?
Desejo que nunca mais.

sábado, 7 de novembro de 2009

Morte

O apóstolo fixou o olhar para o céu pela última vez. Lembrou-se de sua melhor amiga, dos beijos doces de sua mãe, e da utópica raiva que sentia por si mesmo. Lembrou das diversas festas de despedida que fez com seus amigos ao longo de suas viagens, e imaginou o olhar de cada um; sentiu-se abraçado e a respiração de cada um. E do abraço de sua mãe, de suas tias, dos seus netos e de seus avós. Viu, então, que nada disso valia a pena agora, no último minuto, uma vez que nenhum deles estava mais ali para pelo menos o carregar nos braços ou chorar por ele.
Estarreceu-se quando observou tudo passando por seus olhos. Nada fica, constatou. Tudo passa e sobra o pó. A vida se esvai como pó. Todos os sorrisos e choros se tornam inúteis.
Na solidão do si-mesmo, entendeu que as lembranças só atrapalham, as lembranças só frustram. Assim, se arrependeu de ter vivido,
Num segundo, a vida se esvaiu em pó,
As lembranças se foram
E sua memória será uma fantasia na mente alheia, por toda a eterninade:
E que a fantasia seja feliz enquanto dure.

domingo, 25 de outubro de 2009

Um Fruto de Seres Inconsistentes

Nem sob qualquer pretexto olhe para trás!
São ondas. Só as ondas e nada mais... virão fortes, assim como está o vento.
Pesado
Deixe levar pelo menos sua fotografia! Outra fotografia fantasma em meu bolso.
Carrego você comigo foto-fantasma para onde vou
Devorar-te...!
Na lama a prisão renova
Sabe-se lá o que se faz nesse inferno, mas não me olhe
Não me visite
Vá pro inferno!
Mas que merda!
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Sob qualquer pretexto olhe para trás! Siga as linhas na sua frente
As ondas o farão rodopiar
E a volta?
Você e eu em que mundo?
Sabe-se lá!? Eu só queria o meu fígado no seu
Sabemos que a morte virá por uma hepatite ante os cuidados com o cérebro
O demônio da fotografia
Mas que merda!?
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O sono repulsivo que retrocede o esgoto de uma imagem semelhante
A uma pólvora
De um sino pré-travado por uma lágrima que antecipa o seu soluço
Olhe para si e me interprete
Numa sexta-feira de manhã, no sanduíche das quatro da tarde...
O cotidiano nunca foi tão rotineiro
E você, minha força diariamente repulsiva
Detém a se esconder na parede, para corroer o sono tardio e a manhã cansativa. Sua respiração fere os meus pulmões gelados. Eu só quero que você suma!
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Largo a mão do acrílico roubado para castrar seus derivados nomes. Com o qual se faz pacto sem merecer uma renda monetária mensal sem as mesmas rotas de colisão. A arma prostrada num alfinete faz sua mente copiar em esperanças. Mas, como sempre, acho que vou te matar primeiro. Minha jovem esperança de estar vivo nessa época! Minha nobre esperança.... que mal, que pena. Seu rosto crivado no solo e minha boca beijando a terra. Seu rosto afunda e me alimento de sua derrota. Minha vitória mata os meus pulsos.
Agora será mais um homem a escutar seus versos infantis em prosa de uma vitória ilusória, diante de suas atribulações. Correndo em mistério para chegar a um determinado fim antes não determinado. E chegou ao fim como qualquer outro objetivo. Por favor, não nos faça olhar para trás. A sujeira não pode advir o sonho planejado. E ele planeja, e se frustra.
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Havia ainda o pó
E a porra do pó se auto-soprou
Se auto-escondeu
Numa nódoa de febre causada por uma constipação
Minha foto no bolso não me faz lembrar que você me amou um dia
Dois dias
Menos sete semanas...
Havia ainda uma esperança
E a aranha no teto
Sua foto me fez olhar para trás, onde o mundo se dissipou em uma nota
Duas
Três
menos que sete dias.
Seus olhos azuis não me fazem ver que as oportunidades se esvaem
Só na sombra do juazeiro que vou poder enconstar e beijar o chão outra vez
Encontrar o seu olho cor de céu numa poça de lama
Pensar em mim e dizer que não sou o que desejara
Sua foto me faz lembrar o que quero vomitar de suas entranhas
Faça-me entrar, mas deixe sair por uma porta aberta.
Um arranhacéu,
Segura esse menino inocente
Porque ele se afundou na terra.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

21 felizes aniversários

Detestável!
Hoje, mais uma conquista. Consegui montar uma rede de pesquisadores brasileiros. Entrei em contato com todos aos poucos e hoje foi o dia da criação. Enfim. Foi. Chegou mais uma hora para comemorar, mas restou olhar para a parede, pensar em dizer: "obrigado, Senhor!", pegar a próxima papelada e recomeçar outro trabalho inacabado.
Semana passada meu projeto foi finalmente aprovado, embora ainda não ter tido resposta do programa, mas pelo menos "começo a tirar o pé da lama". Tive que sair de casa para pelo menos comer algo fora. Assim fiz assistindo um show com mais três colegas. Volto pra casa, olho para a parede e recomeço a entrar em contato com os pesquisadores, outro trabalho inacabado.
quarta passada eu encontro uma nova possibilidade de escrita de revisão, discuto com meu orientador e ele aceita a idéia, logo, começo a escrever um novo artigo para publicação (Viva!)... não sei mesmo comemorar nada.
Dizem que a felicidade no trabalho é o reconhecimento do esforço.
Detestável!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sombra

Ela só queria respirar em paz,

Mas como isso custa!

Dói.

Suas coisas sempre iniciam como uma bomba;

A novidade de uma idéia, seu novo brinquedo;

Mas sempre termina só.

Suas mãos dentro da luva, tentando esconder as lágrimas;

A novidade foi embora

Como tudo isso dói,

Custa!

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Que não se tenha mais vontade

Onde não reside mais o desejo,

Deixe sua vida necrosar

Deixe sua vida

Necrose.

-

Nada vai adiantar agora,

É tarde demais

Mas, estendo meus braços a você

Já está na hora de irmos.

-

Não se engane, jamais se encontrará em um espaço como esse

Sua vida nunca valeu para o mínimo esforço alheio

Essa é a verdade escondida nas coisas

E daí!? Para quê por significados inúteis?

Não há mais nada

Para quê gastar tanta energia porque tirou mais um dez

Outro brinquedo sem significado.

-

Mas, eu estendo meus braços a você

Já estar na hora de irmos

Se só queria respirar em paz,

Deixe, então, sua vida necrosar...

Mas como isso dói!

Quanto custa?

-

Era terça de manhã, quando eu encontrei os seus lençóis espalhados. O café não estava na mesa, como o usual. O vazio me tomou outra vez e a respiração se tornou ofegante, como o produto de uma ânsia de morte. Não havia mais nada a se fazer, fora me encolher atrás da porta e esperar que você voltasse.

-

No teto estava escrito: eu não amo!

Eu não vi.

sábado, 26 de setembro de 2009

A menina do rosto vermelho e o médico precipitado (1995 – 2009)

Fevereiro, 1995.
Não destrua a fantasia da criança, minha senhora.
Não a deixe imaginar tanto as coisas, mas não retire abruptamente o que ela sonha.
Sim, era de manhã doutor. O céu estava bem azul naquele dia. 06:20h a.m., ela me pediu para pegar a mala azul para sairmos logo de casa. Estava frio. Eu estava nervoso. O suco do lanche deveria ser de abacaxi e estava dentro da garrafinha também azul. Era a primeira vez que eu passaria uma manhã fora de casa.

Um imenso erro!

Minha mãe me segurava pela mão direita, como sempre foi. Eu, como sempre, tentando parecer ‘o mais adulto possível’, engolindo o catarro amargo do choro... calado. O sol leve irradiava contra minha visão turva e a brisa fria sussurrava em meus ouvidos o que eu não queria ouvir: a fantasia acabara. Os passos dobravam às ruas cheias de mães e suas respectivas crianças ‘tão normais’, e eu tentava esconder o que sentia para aparentar uma certa ‘normalidade’.

Cerca de doze minutos depois estava entrando no Instituto de Ensino Maria de Fátima. Eu me tremia todo. Certamente, o fim seria mesmo aquele. Minha mãe ficou próximo à porta, enquanto me indicava a fila da turma da segunda série. A professora (tia) Ângela tentava organizar a fila quando eu fiquei travado em algum lugar dela. Era sim a fila da segunda série. Eu estava mudo, e sempre olhando pra minha mãe, que de longe observava. A fila seguiu para o ‘quintal’ do Instituto e entrou num corredor longo, onde havia umas dez salas. A primeira era a nossa.

Havia cerca de cinco filas naquela sala imensa. Eu sentei na fila extremo-direita da sala, numa cadeira de posição mediana. Tia Ângela confabulava palavras distorcidas, mas o que ainda lembro é olhar para o caderno pequeno, com as linhas azuis da margem borradas do meu choro constante. Tentava fazer de tudo para que ninguém me percebesse: olhava para o lado e via algumas crianças, voltava para mim, passava o braço no nariz encharcado de catarro. E tia Ângela parava a aula outra vez para perguntar o motivo deu chorar tanto. Nessas horas eu berrava mais.

Não prestei atenção em nada.

Uma sirene tocou, indicando que começara o ‘recreio’. Esperei todos saírem para que não me notassem comendo o meu lanche. Fiquei comendo só em frente da porta da sala. Pela primeira vez, eu tentava fazer tudo sozinho. Meu lanche era um suco feito pela minha mãe e uma bolacha dos ‘Gufs’, sabor chocolate. Adorava comer aquilo. Pena que, para minha surpresa, o lanche só me veio à boca uma vez, já que a sirene não me esperou comer o resto. O recreio agora só tinha vinte minutos, e não mais uma hora como na Escolinha Uma Estrela.

Até o fim do resto da manhã, em aula, procurava pensar em outra coisa, mas acabava sempre voltando a pensar em minha mãe. Sempre teorizava ‘o que ela deve estar fazendo agora?’, ‘está ensinando os novos alunos dela agora?’, ‘eu queria ser aluno dela de novo...’. Tia Ângela: ‘Crianças, façam o cabeçalho. Eu vou tomar água e volto já.” Eu penso: ‘como se faz um cabeçalho?... quero minha mãe...” Choro outra vez, e ouço tia Ângela falar pacientemente que eu esperasse mais um pouquinho.

Março, 1995.
Estou sendo levado outra vez para o Instituto e minha mãe pára comigo na esquina da rua que dá para o colégio. Ela me diz que é pra eu ir sozinho até lá. Maldita estratégia! Ela me promete que vai esperar na esquina até eu entrar no colégio. Assim foi, basicamente, o último choro.

No que sobrou daquele ano...
O nome dela era Daniele, era baixa, branca, e tinha sete anos naquela época. Ainda lembro nitidamente do rosto e o constante gesto de apertar minhas bochechas, julgando sempre que eu era o ‘bebê lindo’ da sala. Reinventei-me. Tornei-me um personagem principal de um filme alegre, mas sofrido. A musa Daniele se vestia como um objeto desejado e temido, impossível, embora mágico. Across the Universe seguida de All My Loving eram as músicas que me faziam lembrar de Daniele, constantemente. Aprendi a esconder o que eu sentia, aprendi a me esconder e, assim, me relacionar com os outros fingindo um ser uma criança mais ‘madura’. Aprendi a desarnar no mundo.

Contudo, algo em mim havia morrido, e estava apodrecendo por dentro.
Lembro de uma manhã, no pátio do Instituto. Era pega-pega a brincadeira do momento. As nuvens estavam vermelhas e, com o tempo nublado, todo o cenário ficou vermelho. Ficou conhecida como ‘a manhã vermelha’ por alguns dos meus colegas (Roberto, Yuri, Magnum e Gustavo). Assim, segunda série se foi e levou Daniele junto com ela. Daniele vivia só com a mãe. As duas se mudaram, não lembro pra onde. Isso me foi dito só uma vez, quando minha mãe me levou pra casa junto com Daniele, que morava perto de nós e a conversa se desenrolou nesse sentido.

Agosto, 2009
-Washington, você sabe muito bem que terminamos numa tumba, não é?
-Sim. Há muitos reflexos, não há como desviar.
-Então, o que você ainda está fazendo aqui?

Lapso!

domingo, 20 de setembro de 2009

Os Meus Olhos e Os Seus

E vai... vai mais longe onde não se pode mais ir. Chega por lá e avista uma conjunção de novidades que escampam aos seus tímidos olhos. Ele sabe que um dia terá que voltar para casa, e se angustia com isso. Queria estar longe para sempre... mas não pode. Agora ele arranja uma casa para ficar, consegue morar na rua. O frio é intenso e não há mais nada o que fazer fora conhecer as pessoas novas da sua vida transitória neste lugar. São pessoas geniais e que olham para ele sem julgamentos prévios. Onde o bom dia e o com licença detém um significado de respeito.
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Ele se arrepende de ter vivido e nascido tão distante de lugares como esse. Tem a vontade de voltar no tempo, mas não pode também. Agora ele deve aproveitar os segundos em que está ali e aculá... Ele tenta, mas não se satisfaz. As pessoas vem e vão rapidamente, elas parecem bem estruturadas aos seus olhos e às suas palavras, e sente uma inveja daquelas pessoas. Para ele é um sossego, pode conversar nas portas, fragilizar-se e tomar um bom vinho com os antigos. Mas nada, ele não era dali, era de outro lugar. E agora?
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Pensa: para quê tudo isso? Descontenta-se com o que se vê e o que se sente. Não pode viver aqui, não pode viver onde estava. As pessoas daqui se parecem com as de lá. Ficam lhe lembrando as mágoas antigas por meio de fisionomias parecidas... um rosto aqui, uma cintura aculá e logo está pensando em pessoas antigas, que mudaram sua vida e foram embora não pensando nele. E agora?
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Ele já está no meio da estrada e não sabe mais o que fazer. Se pensasse mais talvez descobrisse para onde as coisas estão caminhando. Decide então ver no que tudo vai dar. As coisas passam através dos seus olhos como figuras adormecidas, sem individualidade, sem anima, nem gosto e nem cheiro. Parece tudo uma figuração. Perde o senso de realidade e tenta olhar para si, temendo cair e não voltar mais (desejando não se movimentar). Cai um livro no chão, e vai pegar para uma jovem desconhecida. Ela olha para ele com um sinal de piedade e de 'absolutamente nada', ela diz um simples obrigado e ele um outro nojento de nada. Contatos superficiais. Ela diz que vai montar um projeto sulamericano, ele se perde no pensamento em tentar imaginar que há algo por trás daquela 'inocente' conversa. Pega a sua água e bebe mais um pouco para abafar o suor que lhe entorta o corpo, e fala um outro obrigado e vai embora , ele fica parado olhando para o tempo perdido. Não lhe interessa mais.
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É frio. Talvez ele melhore algumas coisas. Coitado. Fez tudo o que uma soberana quis e, quando acordou não viu nada feito para si mesmo. Erro duplo. O primeiro passo nunca foi dado. Os passos reversos agora são muito duvidosos e não dá mais para confiar neles. A linguagem passa a ser suja, não visita os prédios principais da cidadezinha visitada. Volta para casa com o mesmo rosto de chatice quando acorda e vai para a próxima lição do dia. Muitos aprendem a encarar o dia, ele espera uma nova soberana. Sem ela, as coisas perdem o sentido. Mas agora foi.
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O coitado senta num banquinho da praça, sozinho de madrugada. Fica contando o número de ratos que passam de um esgoto a outro, entre duas ruas paralelas. Sozinho procura não imaginar nada, enquanto não venha ninguém tentar conversar com ele. Aparece alguém. Alguém muito jovem que olha para ele às distâncias. Senta do seu lado. É outro alguém desconhecido, que no caso é desconhecida para ele. Os mecanismos de defesa acionam a neurose do coitado e ele fica mudo, enquanto a garota lhe passa a testa de olhares cheios de perguntas. Ela quer lhe dizer alguma coisa, mas se sente inibida pela postura de pedra conseguida pelo neurótico. Ele pensa que o processo é bastante natural e finge não observar ninguém do lado dele. Ela, então, anseia ir embora quando o coitado toma a iniciativa de só lhe tocar o ombro para lhe fazer uma pergunta insignificante. Ela olha para ele e responde também algo insignificante.
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Os dois coitados começam a rodar conversa no meio da madrugada. Ambos sabem o que tem a fazer e o que dizer, ambos conhecem os seus próprios anseios e o que está por trás daquela conversa de roda-gigante que parece não ter o fim no derradeiro começo. Após a conversa ter sido consumidoa por si, eles trocam os olhares finais em silêncio, dão um suspiro de misericórdia e nada fazem. A agonia toma conta do lugar, mas não há reação por nenhuma das partes. Mais uma história perdida, mais uma nobre tentativa dos dois para se salvar de suas grades... Mais uma tentativa falha.
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Ele se arrepende ao vê-la suspirar. Ela vai embora e ele começa a imaginar o quanto seria feliz com ela, ou não, ou o quanto ela seria feliz com ele, ou não. Monta um baralho de imagens mentalizadas, desconscientizadas, e dá um outro suspiro afimando o quanto poderiam ser felizes. Volta a contar os ratos nos esgotos. Volta a pensar que a vida é pequena e que não há propósito para ele, e que não há para mais ninguém.
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Levanta-se do banco. Não passam mais ratos nem pra lá e nem pra cá. Enjoa-se, enoja-se. Caminha para casa tentando dar sentido para o que não há sentido. Buscando respostas onde jamais houveram perguntas. Arrepende-se mais uma vez. O que será agora? Jamais se planejou. Ainda busca alguém, algum sentido. Não olha para si. Vai atravessar a rua que não tem carros e sente algo doer.
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Seu coração dói. Põe a mão no peito esquerdo e a dor aumenta. Faz um gesto com a mão de parecer arrancar o próprio coração, o que já parece tarde, porque seu rosto acusa o que a decepção veio lhe tomar. Ajoelha-se no meio da rua às 03:27 da manhã, nota um formigamento forte nos cantos dos braços, pisca mais uma vez a vista porque a neblina cobre os olhos. Agora sim ele cai no pavimento e olha para o céu, se contorcendo de dor. Reconhece que está morrendo de uma causa que aflige o seu coração, mas não entende direito o que lhe ocorre. Finalmente parou de pensar. Reconheceu finalmente que sua última chance passou pelos olhos daquela garota, e se arrependeu de não estar abraçado com ela naquele momento.
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Queria estar com todo o mundo, mas agora não pode. Queria voltar à infância e brincar com sua irmã mais nova, mas agora nada. Queria nascer de novo para mudar a história, agora entendia tudo. Entendia também que uma chuva de roedores passava pela rua, a qual foi sua última percepção. A vista ficava branca com o passar dos segundos, e ninguém aparecia para socorrer. Ninguém aparecerá, afinal, a grade que cerca o coração encurva a coluna do ser para baixo. E é assim que ele morre, curvando-se como um feto para tentar amenizar a dor.
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O garoto não era inocente. Não era burro. O garoto era vivido demais. Era a esperança dos seus pais e vizinhos de outra cidade distante. Infelizmente, o menino era nada mais que um projeto transfigurado por outrem. Fazia questão de mencionar isso em seus atos-falhos 'inconscientes'. Morreu como deveria, no meio de uma rua, no meio da caminhada por onde começa o nada e termina o nunca. Jamais sairá do meio do caminho. Voltando a pensar na garota... Ela sim teve sorte. Ela agora pode encontrar alguém menos narcisista. Ela ainda tem chance.
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O jovem levanta, olha para o teto, não pensa em nada. Sente-se mais vivo do que nunca. Tropeça na cabeceira da cama e cai no chão. É hora de almoçar e está muito atrasado para ir à faculdade. Há três chamadas de sua noiva no celular, claro, talvez chateada por outro atraso. Ele se arruma, desce as escadas, pega um prato mal feito pela sua mãe, entra no carro e dirige apressadamente. No meio da pressa, atende ao chamado da noiva. Ela quer lhe encontrar na esquina do bloco B, antes da segunda aula.
-
Ele chega a tempo. Percebe no rosto da noiva uma ânsia contida. Ela o abraça forte primeiro, sem razão. Ele corresponde ao abraço, mas sem entender o que se passa. Ela simplesmente diz em suas costas:
-
-'Estou grávida.'
-
O garoto entendeu o que lhe aprisionara. Voltou a dormir em sono profundo.

sábado, 22 de agosto de 2009

Dernière Existence

Será que ela vai assistir?
Resistir ao acampamento?
São muitas horas até chegar a hora da festa,
no fim da tarde.

Quantas dúvidas, nobre senhor
Pergunto-me se você virá ao espetáculo
Mas nada me responde, fora um olhar vazio que solta em várias direções
E daí?
Também não é pra tanto,
Preocupar-se por nós dois... Não é tanto!

Agora é só sentar aqui
O que devemos fazer é mais nada
Não nos resta mais o que fazer aqui
Trouxe sanduíche e suco para nós
Para quê se preocupar com nossa nobre ciência
nunca fomos livres mesmo?

Sabe, é minha última vez aqui
Confesso-te as melhores e piores coisas, tento compartilhar
Mas seu olhar vazio me é suspeito
Pergunto o que você perdeu
Você não se abre
Não se diz
Não se teme
Se teme
Se fala
Se treme
Não fala
Vazio

Abraço-te e olhamos para baixo
Não há nada o que dizer
Mas há o que se envergonhar
As ondas batem de novo em nossos pés
Há nada de bonito no que se deveria enxergar
O ônibus está próximo
O vazio te pegunta quando eu vou voltar
Ele já sabe a resposta.

A tarde vai indo embora
Num sopro em respiração fria
O cantor da praça desafina e eu sinto algo tremer
Está gelando
Parando
Contida, destrói um inseto imerso em sua pele
E volta seu braço a meu torno
Pergunta outra vez quando estarei de volta

Quando nunca mais isso se tornar minha febre noturna
Ou numa apresentação do fim das minhas amizades
Quando o sempre parecer nunca mais
Ou se meus dias esquecerem dos objetos perdidos
Nesse olho vazio.

A respiração pulsa
E se vai...
Cansa... enjoa... enoja...
E agora?
Ainda bem que os amigos não são eternos
Ainda bem que não existem momentos eternos
Quão tola
Quão inútil
Quão burro

Eu já deixei todos os presentes,
Todas as cartas
Você que não existe
E o meu amor é uma confusão dançando num olho vazio
Que nada diz e tudo me duvida

Olhe para o céu e se levante
Eu olho para a esquerda
Se tu quiser, olha para a direita
Dá o teu primeiro passo
Eu sigo, em direção contrária, para longe
Você não vai olhar pra trás
Eu ando de costas
A imagem vai
Longe se apaga
O sol desceu
Você foi embora
A liberdade foi embora

Restaram todos os meus fantasmas
Que viverão comigo em minha própria dança
Cairei numa borboleta
E morrerei em seu teto
Para você soprar o meu pó
E lhe impressionar na saudade do seu quarto
Minha querida velhice
Doce velhice
Em meu violão
Em minha cama
Em meu sapato
Em minhas camisas
Em sua respiração
Seus olhos
Serei o que nunca viu

Ainda bem que não somos eternos
Ainda bem que tudo morre.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Foi-se

Caso algum dia você lembrar de mim,
eu nunca nasci, nem morri
só fui embora
para longe
muito longe...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Visão O Eu - O Outro

Assista as linhas em sua mão.

-mamãe, o que devo fazer!?

Uma visão de morte muito próxima.

-e agora, professor!?

A pena do assassino diante do corpo da vítima.

-não me lembro.
-e agora?

Assista as lindas mechas loiras de seu cabelo;
Contorne os olhos cintilantes que a ti nada querem dizer.
Diga a si que ainda haverá esperança;
Permita-se esperar sempre um pouco mais.
Talvez ela volte e te diga um bom dia outra vez.

Os olhos margeiam
Só margeiam.

-o senhor me perguntou o que fazer?

Ele decidiu ficar esperando outra vez.

Uma outra imagem da minha infância, aos senhores desesperados por ela;
Mandem-me de volta para a segunda série;
Eu te mostrarei quem eu sou;
Talvez, somente um olho margeado.

É hora de levantar da cadeira.

-quem será o meu assassino?
-descobrirei mais cedo aqui esperando?

E o assassino aparece.

-já sei! Contemplar as mechas loiras...
contemple-a
como se fosse uma última vez
e foi...

MODELAÇÃO UM

O que se esvai da percepção, amigo;
É que fugir do que não é;
Repete futuros não és;
Sempre se perguntando a razão da mecha sempre continuar ali;
Porque não morreu por completo.

-então mais que merda é essa?
-até quando tenho que revê-la?
-já não sei que se abrem mais feridas
-já não sei o que você significa
-sei que tenho que deixar você partir.

Escapo do meu sonho outra vez.
Enxergo todos como uma projeção mal realizada
Mal-inferida
Organizada
Mau!
Mas, se são meus amores?
Odeio a todos.
Odeio e amo a mim de forma não realizada
Então, ninguém complementará
A não ser a mecha loira
Que me fez cair de uma cadeira aos seis anos de idade

Já não há como não ser

E ser, sendo, não há.

Pare outra vez e pense um pouco mais

Outra vez

E mais outra. Canse.

Assista as linhas em sua mão.

Não haverá nenhuma forma de se compartilhar com outro a não ser através da fusão.
Não há outro meio de se conhecer através da fusão com os outros
Com outras personalidades
Com outros seres.
Assim como o assaltante e sua vítima.

Não margeie olhos
Não há porque fingir ou se assustar
Um segundo é um único segundo
Um segundo já é o bastante
Pode dizer a todos o que se sente
O outro não passará de uma imagem do seu desejo
Deixe a mecha loira desabar num esgoto próximo
numa estrada próxima
mas, sempre na frente de alguém
sem que se veja

Já é hora de não deixar as coisas margeando.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

First and Last Science for Researchers

"We shall not cease from exploration
And the end of all our exploring
Will be to arrive where we started
And know the place for the first time."

Eliot, T. S. Four Quartets. 1943. Harcourt Brace, New York, USA.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Das Primeiras e Últimas Questões

Bem,


não há mais saudade
não há nem mais resto disso
se era o que eu temia? Sim
estou fadado a esquecer de todos vocês, embora viagens ao msn nos permita alguns certos contatos
pessoas estão se negando a estar nestes meios eletrônicos
estou ficando irritado
formulei uma nova hipótese sobre a fragmentação do ego e canibalismo interpessoal
estou morando sozinho
não componho mais
leio muito
há ar-condicionado nos laboratórios
e, não sei pra quê escrevo
ninguém lê mesmo isso!
meu próximo post seria sobre a minha hipótese da fragmentação do ego e o canibalismo interpessoal
mas acho que não escreverei mais aqui
ter um blog se tornou um saco
de orientadores, professores, colegas de turma e de estágio, há sempre uma beleza em se descobrir e criar novas amizades
as amizades antigas serão sempre antigas
e presentes
e futuras
por mais que eu esqueça de vocês
afinal, vocês são eu
não estou a fim de me deixar para trás
isso não é poesia, é verdade
conversas picantes toda a noite: devo avisar para quem se ausentou destas conversas, que não sabem o que perderam
os ônibus aqui são sempre lotados, pelo menos nos horários das 18:00 p.m.
durmo muito tarde
acordo muito cedo
a maioria sabe porque, né!?
tirei carteira de estudante
preciso tirar a meia para passagem de ônibus
semana que vem vai ter amostra de cinema biológico no Centro de Ciências Biológicas UFPE
perdi show de graça do Alceu Valença
agora estou perdendo Elba também de graça
onde eu moro é muito perigoso
não dá pra vadiar noturnamente
isso não é engraçado
Sandra, você não se despediu de mim
a Raíssa esqueceu de cantar a minha música
semana que vem pagarei duas disciplinas ao mesmo tempo na rural
não sei mais quando falarei noturnamente com vocês
Laboratório de Etnobotânica Aplicada (LEA) da UFRPE na cabeça, na veia, no café de todas as tardes, nos novos amigos e companheiros de projeto e trabalho, nas risadas e choradeiras das defesas de teses e dissertações do grupo, nas horas sofridas de campo onde não se pode mijar em nenhum lugar, nas perguntas intrigantes que a Caatinga nos leva a responder cientificamente e que a gente chega a endoidar com as estatísticas e artigos em inglês que se devem escrever toda a hora (mesmo sem saber inglês), nos nossos novos professores aprovados pelo grupo... infinitamente sem palavras...
chega de choro
toro o pino toda à noite para descer do ponto e voltar para casa
já tem uma pessoa que me "detesta" aqui
já tenho mais um irmão (somos tão parecidos que escrevemos do mesmo modo: canhoto)
cansei de olhar para garotas que já têm namorados
vou namorar com uma palmeira! Já me decidi!
continuo achando os velhinhos sebosos em corridas matinais muito atraentes

pelo jeito
é muita coisa para muito pouco tempo

até nunca mais

jamais!