segunda-feira, 20 de abril de 2009

Visão O Eu - O Outro

Assista as linhas em sua mão.

-mamãe, o que devo fazer!?

Uma visão de morte muito próxima.

-e agora, professor!?

A pena do assassino diante do corpo da vítima.

-não me lembro.
-e agora?

Assista as lindas mechas loiras de seu cabelo;
Contorne os olhos cintilantes que a ti nada querem dizer.
Diga a si que ainda haverá esperança;
Permita-se esperar sempre um pouco mais.
Talvez ela volte e te diga um bom dia outra vez.

Os olhos margeiam
Só margeiam.

-o senhor me perguntou o que fazer?

Ele decidiu ficar esperando outra vez.

Uma outra imagem da minha infância, aos senhores desesperados por ela;
Mandem-me de volta para a segunda série;
Eu te mostrarei quem eu sou;
Talvez, somente um olho margeado.

É hora de levantar da cadeira.

-quem será o meu assassino?
-descobrirei mais cedo aqui esperando?

E o assassino aparece.

-já sei! Contemplar as mechas loiras...
contemple-a
como se fosse uma última vez
e foi...

MODELAÇÃO UM

O que se esvai da percepção, amigo;
É que fugir do que não é;
Repete futuros não és;
Sempre se perguntando a razão da mecha sempre continuar ali;
Porque não morreu por completo.

-então mais que merda é essa?
-até quando tenho que revê-la?
-já não sei que se abrem mais feridas
-já não sei o que você significa
-sei que tenho que deixar você partir.

Escapo do meu sonho outra vez.
Enxergo todos como uma projeção mal realizada
Mal-inferida
Organizada
Mau!
Mas, se são meus amores?
Odeio a todos.
Odeio e amo a mim de forma não realizada
Então, ninguém complementará
A não ser a mecha loira
Que me fez cair de uma cadeira aos seis anos de idade

Já não há como não ser

E ser, sendo, não há.

Pare outra vez e pense um pouco mais

Outra vez

E mais outra. Canse.

Assista as linhas em sua mão.

Não haverá nenhuma forma de se compartilhar com outro a não ser através da fusão.
Não há outro meio de se conhecer através da fusão com os outros
Com outras personalidades
Com outros seres.
Assim como o assaltante e sua vítima.

Não margeie olhos
Não há porque fingir ou se assustar
Um segundo é um único segundo
Um segundo já é o bastante
Pode dizer a todos o que se sente
O outro não passará de uma imagem do seu desejo
Deixe a mecha loira desabar num esgoto próximo
numa estrada próxima
mas, sempre na frente de alguém
sem que se veja

Já é hora de não deixar as coisas margeando.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

First and Last Science for Researchers

"We shall not cease from exploration
And the end of all our exploring
Will be to arrive where we started
And know the place for the first time."

Eliot, T. S. Four Quartets. 1943. Harcourt Brace, New York, USA.