quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Eu amo!

Uma sobrevisão faz eco renomado em meu ouvido
O sangue pulsa em palavras quilométricas
Paro em uma estrada desconhecida para lhe ouvir falar
As mesmas coisas que eu entendo.

Olho para cima
Para baixo
Para os lados.
Vejo árvores
Distorcidas
Paradas
Inevitáveis.
Nelas o meu ombro faz um sentido
Um sentido cru, nu, esbelto
Magro
Paro nesta floresta adormecida para lhe ouvir falar
As coisas de sempre.

Remete aos meus discos
E pede para que o momento nunca se esqueça
Eu me esqueço
O verbo é bastantemente conjugável
Conjugado
Remontado
Remoto.

Paro o disco que está a rodar numa frequência indefinida. Chego a abrir os olhos para tentar enxergar o que está à minha frente e, bem que tento, vejo somente um riscado na parede branca.

As coisas de sempre, que vão e voltam, parecendo nunca ter fim
A resposta não aparece ao abrir os olhos
Como se vir retornasse ao ponto inicial, e de novo, de novo, de novo...
Paro em uma estrada adormecida para lhe ouvir falar
Nada do que eu quero ver, nada do que eu quero enxergar:

-Eu te amo!

Novamente algo enxuto
Inacabado
Sem estado
Uma forma de dizer não interpretada nos olhos.

Minha resposta
-Eu também te amo.

Enxuto
Inacabado
Mentira sem estado
Uma forma de dizer não interpretada nos olhos de quem nunca viveu (isso?)

As palavras esgotam os milhares sentidos de uma idéia.

-Eu te amo!

-Cale-se!

Caba.

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