quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Entre um dia e meio, um quarto de sentido

Tenho andado meio inusitado nestes dias. Algo novo vai embora e um velho chega como que, em disparate, faz festa suburbana. Cheguei a pensar até esgotar pensamentos, mas não encontrei a razão dos acontecimentos se darem tanta margem em tão poucos dias.
As mudanças fazem parte. Se é um bom dilema eu não sei, mas é algo que eu possa me conformar, como o não-sabor da água?
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Olhe para a minha cabeça e reflita se há algum sentido!
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-Ela foi assaltada ontem à tarde?
-Tá! Eu já sei, você já me disse isso antes!
-Eu tenho que repetir. Você não fez cara nem de espanto!
-E eu preciso?
-Insensível! Quero ver quando acontecer com você!
Esta conversa segue com algumas explosões desconstrutivas.
E o próximo sou eu a ser assaltado, como se o mundo vibrasse para isso.
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Não, não deve haver sentido algum nisso!
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Sobre as uvas? Háh! Sim, você falou nisso na semana passada. Estávamos no Museu quando tudo isso aconteceu. Éramos unidos ainda, lembra-se? E eu sei que o tempo passa, mas não gostei do jeito que ele passou e do modo como o deixamos para trás.
Você não gosta das mesmas coisas, mas "take it back"!
O senhor sem-graça aparece de novo.
Quantos sem-graça existem? Uns quatro: Eu, você, entre eu e você, entre você e eu.
Ah! Quanta coisa chata.
Porque você ainda não viu os números dentro dessa contradição.
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E você retrucou novamente as mesmas palavras dentro do Museu. Por isso nunca mais fui lá. Parece que as palavras pairam, fazem sossego, terminam por ficar e se instalar no piso do primeiro andar. Você disse "Volto já!" e eu fiquei esperando. Parece romântico, mas você não voltou, ou talvez eu não tenha saído do lugar.
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Os corredores se solidificam em um gelo estampado e a saudade faz caminho atrás dos meus passos, numa perseguição frenética, nostálgica, contraditória e totalmente minha. Caso a saudade corroesse menos, talvez os sentidos fossem mais simples.
Corroer menos. Talvez mais do que devo interpretá-la.
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E o tempo passa. Dizem que voa, mas as asas ainda não serviram para isso.
O tempo voa. Eu vou percebendo que os sentimentos não se utilizam das mesmas expressões anteriores, complicando o nosso reconhecimento.
O tempo é muito individual e tão egoísta que faz tempo que não lembro onde eu me coloquei em tanto tempo.
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O muro de concreto que ele fez para nunca mais me encontrar faz sentido agora. É só uma convulsão generalizada, meu amigo, não dê importância.
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É só uma questão de tempo
Vrrrrrrruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!
Que, coitado, já voou.

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