segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sombra

Ela só queria respirar em paz,

Mas como isso custa!

Dói.

Suas coisas sempre iniciam como uma bomba;

A novidade de uma idéia, seu novo brinquedo;

Mas sempre termina só.

Suas mãos dentro da luva, tentando esconder as lágrimas;

A novidade foi embora

Como tudo isso dói,

Custa!

-

Que não se tenha mais vontade

Onde não reside mais o desejo,

Deixe sua vida necrosar

Deixe sua vida

Necrose.

-

Nada vai adiantar agora,

É tarde demais

Mas, estendo meus braços a você

Já está na hora de irmos.

-

Não se engane, jamais se encontrará em um espaço como esse

Sua vida nunca valeu para o mínimo esforço alheio

Essa é a verdade escondida nas coisas

E daí!? Para quê por significados inúteis?

Não há mais nada

Para quê gastar tanta energia porque tirou mais um dez

Outro brinquedo sem significado.

-

Mas, eu estendo meus braços a você

Já estar na hora de irmos

Se só queria respirar em paz,

Deixe, então, sua vida necrosar...

Mas como isso dói!

Quanto custa?

-

Era terça de manhã, quando eu encontrei os seus lençóis espalhados. O café não estava na mesa, como o usual. O vazio me tomou outra vez e a respiração se tornou ofegante, como o produto de uma ânsia de morte. Não havia mais nada a se fazer, fora me encolher atrás da porta e esperar que você voltasse.

-

No teto estava escrito: eu não amo!

Eu não vi.

Um comentário:

Pedrow Z disse...

Eu sempre fico tentando encaixar o que foi escrito em algum momento da performance do Caba nesta vida, mas raramente consigo. Me pergunto se alguma vez isto chegou a beirar a autobiografia (creio que sim, mas há a dúvida). Enfim, sinta-se vingado por, às vezes, não entender o que eu quis dizer em determinada linha. huahuahuahuah