domingo, 13 de abril de 2008

Um chão, uma terra, outra lesma

Olá
Um outro meio, antes do tempo se tormar caçula
Esqueceu de colocar as véstis
Agora ouve uma música feliz
Senta no sofá e vê as partículas de poeira soar
Voar
Cantar e ser feliz.
Amou pela penúltima vez os raios penetrarem pela janela
Já, enjôou o sentido do feto
Que vira a garrafa e desvira o lençol.
O que ela está tentando fazer?
De novo:
Correr para arrumar a cama
Surrar os pratos
E dizer que você é um imbecil
"Ora cebola, seu imundo!"
Feto maldito
FETO MALDITO.
O que fará agora, música inútil?
Há o que fazer, há o que tentar
Feto Inútil?
As perguntas tornam-se parênteses
E o brilho do sol na janela da infância faz correr os últimos pratos do arroz queimado no forno
O fogão é a última coisa que quer lembrar.
Os meninos correm no colégio
E o que se há de fazer
FETO MALDITO?

Ao longo da enseada, vê as sombras do esqueleto
Um novo sentido para a proposição da lua
Há para onde correr
A corrida é semi-nua, pegadas de ventos sentineláticos
O sentido é a última ferramenta usada para matar o retrógrado.
Ah
Serro os dentes, preparo o pé, coloco uma bota
Às vezes levo um escudo feminino à frente
Outras vezes, encontro um bilhete voando.

Quando estou só, viajo pelas margaridas intrometidas na vida de quem quer solar
Num momento significativo, o que se há, o que se quer
Fazer o caminho novo que vem à mente
Um registro.

Um dia, no meio de uma nuvem e outra
Encontrei uma bíblia voativa em cima de um cágado voador
E o que encontrei lá?
O que vi?
Jesus na capa, num marca-texto inofensivo
Dentes espaçosos, de um jacaré, postam-se na primeira página
O que faço é desafiar e ler.

Folhas espaçosas e um céu esmagador
Brilham em uma estrela suada de sua própria sede
Voar é difícil
Asas de um queixo inabalado
Paro num céu novo
Esquisito
As ordens
Preciso das ordens
Interpretar o que você diz, minha amiga
Preciso achar a sua solução
O sol não tem sido proporcional ao sabor da vitória
Esta não é certa
Não tem um certo, nem meio para que se chegue
Teremos que sentar num banco e conversar novamente
Só mais uma vez
Um novo reflexo
Eu preciso para refletir
Mix it Up!
Deixo de sair da minha posição de pai, filho e irmão
Tanto não te deves
Devo?
Para quê refletir
Se são os pulsos que nos levam aonde quisermos chegar.

Tarde de Sábado
Uma nova espécie capturada para um trabalho
Sentido?
O sol faz reflexo em meu olho enquanto arrumo a poda
Sentido!
Penso, ontem, no hoje e vejo-me no chão
Chove
Faz tempo que não sinto o sabor da chuva em campo na minha doce cara
O doce rosto enfeitado de uma barba
Chove
Nuvens vêm ao encontro do que não é
Logo, corre para encontrar uma brecha
O nosso amigo dos raios
Curva entre as lamedas vermiformes do meu intestino
E apronta o terreno para defecar.

E qual o motivo para me remeter a tanto?
O espelho meu dado ao seu rosto
Fez um retiro de mãos e vidros para todo o pátio
O banheiro está manchado de sangue
O que você fez?
Tantas perguntas
Para nada
Para que servem, senão para complicar
Rodear.

Música feliz,
Ouço de novo
E ainda pensam que sou o ser que não dorme
Sou o único que não me afasto
Dentro de um açude
Acorrentado,
Com um sorriso de urubu
Branco
Seco, ruído, rosa
Sou o único que não me afasto.
Estou a mil léguas da sua visão.
Pode ser tudo, todos
Como também não deve ser nada, ninguém.

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